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O Inglês no dia-a-dia: desafios

      Há muito tempo os “estrangeirismos” fazem parte da nossa rotina, sem perceber nos habituamos rapidamente com palavras como wi-fi, pet shop, e-mail, hot dog, etc. A globalização, as relações comerciais entre países e o acesso rápido à informação intensificam esse processo. Marcas e produtos recebem denominações em inglês tornando-se mais “atraentes” aos olhos do consumidor.

      As crianças absorvem rapidamente novas palavras através do contexto em que estão inseridas. Jogos, músicas, filmes e desenhos animados são ótimas maneiras de ampliar o vocabulário, mas não é o suficiente. Especialistas afirmam e a prática comprova que quanto mais cedo elas tiverem contato com uma língua estrangeira, mais fácil e natural será o processo de aprendizado. Estudar inglês na infância fará toda a diferença no futuro profissional seja para responder uma entrevista de emprego ou fazer um intercâmbio cultural.

      Os jovens que estão entrando no mercado de trabalho encontram termos em inglês em várias etapas do processo produtivo e comercial. Ser fluente é condição essencial para concorrer aos cargos mais cobiçados nas maiores empresas. Cursos de mestrado, doutorado e algumas especializações requerem testes de proficiência. A prova de inglês está sendo incluída também em muitos concursos e o nível de exigência está aumentando.

      Muitos adultos estão iniciando ou retomando o estudo do inglês, numa tentativa de melhorar salários, expandir negócios, participar de feiras e congressos em sua área. O aumento da expectativa de vida e do poder aquisitivo tem atraído pessoas mais experientes, com mais de 50 anos, para cursos ou aulas particulares. Nessa fase é importante manter a mente ativa enfrentando novos desafios, que vão muito além do aprendizado da língua em si. Esse público quer fazer parte do mundo virtual, saber utilizar os recursos tecnológicos, comunicar-se com pessoas distantes e aproveitar mais suas viagens. Aprender algo novo pode ser fascinante em qualquer idade além de prevenir o surgimento de doenças degenerativas do cérebro. Curiosidade e atividade devem fazer parte da vida de quem quer envelhecer com saúde.

Memorizando o vocabulário

    Quando estamos aprendendo uma língua estrangeira (LE), a maioria de nós, adultos, tem dificuldade em memorizar novas palavras, principalmente porque nossa mente está ocupada com o trabalho, a família e outras responsabilidades.

1. Estabeleça metas realistas: esqueça as longas listas de vocabulário ou a leitura do dicionário sem um objetivo definido. Podemos montar uma meta semanal ou diária de estudo com palavras e expressões essenciais, como, por exemplo, para chamar um táxi, comprar comida, pedir um número de telefone, etc

2. Analise a palavra nova por partes: quando encontrar uma palavra nova verifique a sua estrutura. Muitas palavras têm prefixos e sufixos e a compreensão dessas partes é muito útil para chegar ao significado, por exemplo, “unhappily” = o prefixo “un” indica negação, o “ly” corresponde ao sufixo “mente” em português, a palavra original “happy” significa “feliz”, então o sentido é “infelizmente”.

3. Leia, leia e leia: ler ajuda a manter o vocabulário adquirido, pois possibilita o reconhecimento das novas palavras em diversas estruturas e contextos. Uma fonte excelente de exposição à LE é a leitura de livros elaborados por nível de dificuldade, do básico ao avançado. Existem livros, em inglês, por exemplo, com textos curtos e também com a versão em áudio, facilitando muito a vida de quem está começando.

 

4. Visualize: associe a palavra nova com algum objeto ou situação. Mesmo que pareça abstrato e até mesmo ridículo, isso ajuda a memorizar palavras novas, por exemplo, você pode associar a palavra “welcome” ao tapete de porta usado para dar boas-vindas aos visitantes ou buscar vídeos engraçados na internet com associações estranhas, mas que, por serem divertidas, não serão esquecidas.

5. Foque nas expressões: boa parte da comunicação diária envolve frases previsíveis e comuns, “vire à esquerda”, “prazer em conhecê-lo”, “obrigado”, etc. É importante memorizar essas expressões na nova língua para facilitar a comunicação enquanto não domina a estrutura de sentenças maiores.

6. Revise com freqüência: a meta é transferir o conhecimento da memória de curto prazo para longo prazo, portanto revisar é fundamental. Só a repetição em diferentes contextos através de exercícios de compreensão, conversação, livros, programas e jogos, tornará possível a assimilação efetiva do novo vocabulário.

     É importante destacar que, apesar das dicas, cada pessoa tem o seu ritmo de aprendizado. Descubra qual é o seu! Let´s study English!

Cinco erros mais comuns

 

      Devemos ficar atentos a alguns erros que podem desestimular e comprometer o aprendizado:

1. Não ouvir o suficiente: alguns especialistas explicam que a aprendizagem de uma língua estrangeira (LE) começa com um “período de silêncio”, isto é, tal como os bebês aprendem a falar ouvindo e repetindo sons, quem está aprendendo uma LE precisa ouvir para aprender a falar. Isso ajuda a assimilar as estruturas e padrões da nova língua. Ouvir é a habilidade comunicativa mais usada no dia-a-dia, daí a importância das músicas, filmes e programas interativos na ampliação do vocabulário e melhoria da pronúncia.

2. Falta de curiosidade: atitude pode ser um fator chave no aprendizado. Despertar o interesse pela cultura relacionada à LE pode tornar o aluno mais receptivo e aberto ao estudo da mesma.

3. Pensamento rígido: alunos com baixa tolerância à ambigüidade tendem a se esforçar muito com o aprendizado de uma LE, pois este envolve muita incerteza. Palavras novas serão encontradas diariamente e para cada regra haverá uma exceção. Procurar cada palavra no dicionário, ao invés de supor o significado pelo contexto, pode deixar o aluno estressado e frustrado. Textos pequenos, trechos de músicas e atividades curtas, podem amenizar as dificuldades iniciais.

4. Um único método: alguns alunos sentem-se mais confortáveis com os treinos de ouvir e repetir, outros precisam de um livro com textos e exercícios para que a LE faça sentido. Cada uma dessas abordagens pode ser satisfatória, mas é um erro confiar em apenas uma delas. Alunos expostos a vários métodos conseguem ter conteúdos explicados de diversas maneiras e desenvolver as habilidades fundamentais “ouvir, falar, ler e escrever.”

5. Medo: não importa o quanto sabemos escrever um texto, conjugar um verbo ou fazer um teste de vocabulário, para usar a LE efetivamente nós precisamos falar. Apesar de anos estudando, alguns alunos simplesmente não falam, principalmente os adultos. Eles têm receio de pronunciar errado ou usar mal a gramática e sentem-se envergonhados. A questão é que esses enganos ajudam a perceber os limites da língua, possibilitando a correção antes que os mesmos se tornem arraigados. Quanto mais falamos, mais rápido melhoramos.

 

     Ter consciência dos erros e limitações existentes na aprendizagem pode ajudar a escolher o tipo de aula ou curso que melhor se adapte às necessidades de cada um. O resultado será um aprendizado consistente e a conquista da tão desejada fluência no inglês ou em outra LE.

O que nos motiva a aprender Inglês?

 

      Existem dois tipos de motivação para aprender uma língua estrangeira:

    Motivação direta ou integrativa: é aquela que resulta do interesse em estudar Inglês ou outra língua estrangeira com o objetivo de entender melhor uma cultura ou sociedade. Neste caso a atitude em relação à nova língua é a ferramenta para construir relacionamentos e uma comunicação com significado. Estudos linguísticos mostram que esse tipo de motivação leva a um aprendizado mais rápido e efetivo. Ter um parente ou amigo estrangeiro pode motivar o aprendizado para facilitar a comunicação ou simplesmente por respeito à nova cultura. Cidadãos de nações multilíngues, como o Canadá, por exemplo, onde se fala Inglês e Francês, podem ser motivados a aprender suas línguas nacionais como meio de conectar-se aos seus conterrâneos. Essas pessoas ficam mais expostas à língua falada e a “empatia” que sentem em relação aos falantes da outra língua faz com que elas “imitem” o que está sendo dito, melhorando muito a pronúncia e o sotaque.

 

     Motivação indireta ou instrumental: resulta do estudo de uma língua com a finalidade de atingir uma meta. Nesses casos, a competência linguística não é um fim em si mesmo, mas o meio para atingir uma realização profissional ou pessoal. Para muitos alunos do ensino fundamental e médio, o aprendizado de outra língua, no Brasil principalmente Inglês e Espanhol, acontece somente na escola e porque faz parte do currículo escolar. Para estudantes universitários a motivação é a carreira profissional. O objetivo então é melhorar o currículo e qualificar-se para trabalhar em grandes companhias. Nesse caso a meta está vinculada a obtenção de um certificado, título ou desempenho em um teste de proficiência.

 

     Estudos apontam uma alta correlação entre a motivação direta e a proficiência na língua, mas isto não significa que a motivação indireta não é importante. A natureza estrutural desse tipo de estudo pode ajudar a disciplinar os alunos. Prazos formais, testes e notas podem ajudá-los a manter o foco. A motivação indireta não é por si só problemática. Entretanto o aluno sem curiosidade ou até mesmo com preconceito em relação à nova cultura, com certeza vai precisar de um esforço muito maior para aprender. O processo de aprendizagem será sempre mais difícil para quem tem uma motivação indireta, mas isso pode ser amenizado se a metodologia de ensino for eclética e dinâmica. Ao desenvolver o interesse pela cultura a “obrigação” de dominar uma língua estrangeira pode aos poucos tornar-se algo mais prazeroso e divertido. De certa forma, a internet “diminuiu” a distância entre as nações, possibilitando uma interação jamais imaginada em outros tempos, e essa pode ser uma grande motivação para que o aluno aprenda e sinta-se parte de um mundo globalizado.

Fonte: The Telegraph

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